tudo que eu deixei pra trás

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Na verdade, eu não sou muito acostumada a postar duas vezes ao dia, muito menos a contar os meus dias nada divertidos. Mas agora, mais do que nunca, eu preciso contar, nem que seja da minha sutil maneira poética, o meu dia de ontem. E é assim que será feito.

Depois de algumas doses da bebida eu estava certa: já não estava em meu estado mais natural, nem normal. Meus pés quase se entrelaçavam no caminho àquela pista de skate, quase deserta em comparação com o mar de gente que rodiava o palco ali montado.
Foi nesse momento, em meio a tantas pessoas, tantas expressões; que meus olhos encontraram seu sorriso. Meio sem querer, meio perdido, mas que fez meu coração desparar a ponto de poder pular para fora. Porém, eu sabia que essa reação seria o máximo que eu conseguiria naquela noite, os dias não eram mais como antes eu eu teria, por bem ou por mal, que aceitar isso. Mesmo que doesse. Mesmo que aquilo me corroesse por dentro. Era a verdade, em sua forma bruta e fria ali na minha frente.
Me sentei, acho que por medo de minhas pernas bambas não obedecerem aos meus comandos - tanto pela emoção quanto pela bebida - e afundei a cabeça nos joelhos.
Uma música me veio na cabeça. Aquela. Exatamente a nossa musica tocando em minha cabeça, o que me fez erguer os olhos e, novamente, encontrar sua expressão, como sempre, debochada. Dessa vez o que me chamou atenção foram seus olhos. Serenos, com aquele brilho pelo qual eu me sentira atraída, a alguns meses atrás quando tudo o que aconteceu era só uma idéia, sem nenhuma pretensão. E ali fiquei eu, somente analisando seus detalhes, tão perfeitos que pensava eu serem copiados de alguma obra prima. Seus dedos, seus lábios doces se mexendo lentamente, os traços de seu rosto de expandindo naquele seu sorriso de lado; o meu sorriso preferido.
Mais uma vez eu não consegui me controlar. Acho que toda vez que aquele fundo musical se formava na minha cabeça, e eu o via ali, igual nos meus melhores sonhos, uma enxurrada de lágrimas se formavam em algum lugar de mim, e como se tivessem vida própria, se esvaiam por meus olhos, descendo pelo meu rosto, sem que eu pudesse controlar.
Era hora de correr. Era hora de esquecer tudo aquilo.

''sabe, já faz tempo que eu queria te falar, das coisas que trago no peito.
saudade, já não sei se é a palavra certa para usar...
ainda, lembro do seu jeito.''

Juliet.

Nenhum comentário:

Postar um comentário